"O Metro fechar às 23:00 não pode acontecer"

O líder da bancada municipal de Lisboa do PSD, António Prôa, considerou hoje que algumas das propostas apresentadas na semana passada pelo grupo de trabalho nomeado pelo Governo "desconhecem a realidade dos transportes públicos da cidade".
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No início da semana passada, o grupo de trabalho nomeado pelo Governo para estudar uma reestruturação dos transportes públicos apresentou aos vereadores da mobilidade da Grande Lisboa um estudo que sugere a supressão da ligação da Transtejo entre Lisboa e Trafaria/Porto Brandão, a redução do horário da maior parte da rede do Metropolitano de Lisboa em duas horas e o fim de 15 carreiras diurnas e da Rede da Madrugada da Carris.

"Algumas das propostas desconhecem a realidade dos transportes públicos em Lisboa. O metro fechar toda a sua rede às 23:00 não pode acontecer", afirmou António Prôa à Agência Lusa.

"A preocupação do PSD é que as decisões do Governo compreendam a sustentabilidade dos transportes públicos, garantam a mobilidade, a promoção dos transportes públicos e a diminuição do uso do transporte individual. Algumas das sugestões do grupo de trabalho não vão nesse sentido. Algumas não são boas ideias", considerou.

No entanto, o líder da bancada social-democrata sublinhou que as propostas do grupo de trabalho são apenas "ideias" e "não decisões do Governo", acrescentando que "todas as ideias são legítimas, mesmo as mais estapafúrdias".

Ainda assim, António Prôa ressalvou a "esperança" em que o Governo "vá no mesmo sentido" do PSD local.

"Queremos e cremos que o Governo vá nesse sentido [da promoção dos transportes públicos e da diminuição do uso do transporte individual]. Estamos atentos às decisões finais do Governo e disponíveis para ajudar", disse o deputado do PSD.

António Prôa criticou ainda a "pressa com que partidos e o próprio presidente da Câmara, António Costa, vieram criticar as propostas do grupo de trabalho, sabendo que ainda não são decisões finais" do Governo.

"Compreendemos que as pessoas se assustem, mas a irresponsabilidade do presidente da Câmara e outros partidos contribuiu para alarmismo", disse o social-democrata.

O PSD apresentou hoje uma moção na Assembleia Municipal a "exigir soluções que assegurem sempre a manutenção ou aumento da mobilidade dos cidadãos", o envolvimento das autarquias no processo da reforma dos transportes e "a realização urgente de um inquérito à mobilidade".

Também PS, PCP e partido ecologista "Os Verdes" apresentaram moções - todas aprovadas por maioria - repudiando os cortes sugeridos pelo grupo de trabalho dos transportes.

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